domingo, 17 de maio de 2015

Uma viagem a Coimbra


Caros amigos, cá estou eu de novo!

Este é o quarto post em 9 meses de vida, pelo que julgo que não vos estou a incomodar muito. Tenho tido pouco tempo entre a piscina e a terapia ocupacional, de que falarei no próximo post; além disso não me deixam usar computador na creche, porque dizem que isto não é trabalho, pelo que tudo se torna mais difícil.

Hoje trago-vos a história de uma viagem a Coimbra. Lembram-se quando eu perguntava no segundo post: “O que é a Clínica da Mão? Vale a pena lá ir?”. Fomos lá, pois os meus pais querem ouvir o maior número possível de opiniões e estar por dentro de todas as soluções para poderem tomar decisões. Já tínhamos estudado o site (ver link/soluções), onde pudemos ler que “a mão é a estrutura anatómica mais complexa do corpo humano, é a extensão do cérebro humano, imprescindível para a vida de relação, para a actividade diária e do mundo do trabalho”. Também verificámos que se descreviam cirurgias com transferência do dedo do pé para a mão, transposições de dedos entre mãos e transplantes de mãos em adultos.

Dia 16 de dezembro lá fomos à Clínica da Mão. O Sr. Professor foi muito simpático, mostrou-nos vídeos e fotografias de casos similares; falou-nos da sua longa experiência; e apresentou-nos a sua solução. Embora o que o Professor preconiza seja o que esperávamos da leitura do site, não deixou de ser duro de ouvir: quando eu tiver 3 ou 4 anos, cria-se uma pinça que resulta da transposição do meu dedo anelar esquerdo (com pouca utilidade), para o meu braço direito, a que se vem juntar um dedo, que é retirado do meu pé. Com essa pinça eu faço tudo na vida (agarrar, escrever …). A minha mãe ouviu atenta e, aquando da solução, deu um salto comigo na cadeira! Dada a surpresa, o Professor condescendeu, referindo que podia também conceber a pinça com um dedo de cada pé. Respirámos! Mal por mal, mais vale ficar com oito dedos nos pés, do que cortar a minha única mão inteira.

A conversa continuou, com outros motivos de grande interesse. Foi importante confirmarmos algumas ideias relativas ao desenvolvimento do meu bracinho. Os meus pais devem estimulá-lo o mais possível, para que tenha força e para que cresça na mesma proporção do meu braço esquerdo. Para tal eu quero ser massajado (que bom!), quero ir chapinhar na piscina (uau!) e preciso que me obriguem a usar o meu braço, pois sou um bocadinho “preguiças”. Por outro lado, também foi relevante atestar a vantagem que é eu usar desde já uma “mão nenuco”, i.e. uma prótese feita com a mão de um boneco, que vai permitir ao meu cérebro habituar-se à ideia de que na ponta do meu braço há qualquer coisa, o que mais tarde pode permitir uma melhor aceitação de uma daquelas próteses do Iron Man! (o não quero, da minha parte, está garantido, a ideia é preparar-me para poder vir a consentir). Ficou algo por explicar melhor: será que um dia eu posso usar uma daquelas próteses com ligações exteriores às minhas ramificações nervosas, se estas nunca treinaram a passagem de informação para o meu cérebro?

Voltando à minha possível pinça. Os meus pais ficaram de pensar sobre o assunto. Para já estou “enfichado”, pois o Professor tirou fotografias à minha mãozinha e ao meu belo sorriso. Os meus pais dizem que havemos de voltar lá para o ano. Como devem calcular, a decisão de retirar e recolocar dedos não é fácil, pois eu não sou um boneco de Lego. No entanto, sei que os meus pais só querem o melhor para mim. O que eles gostavam é que as pessoas que lerem este post e que conheçam alguém que fez aquela cirurgia, nos pudessem enviar um email com a sua experiência.
E pronto! Por agora é tudo. Cá vou continuar nas minhas brincadeiras e traquinices, enquanto penso no próximo post. Beijinhos e abraços!

2 comentários:

  1. Obrigado pela partilha da vossa experiencia.

    Vai tudo correr pelo melhor!!! Força!!

    O Pai do Afonso ;-)

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  2. Realmente ler esta história responde às minhas questões. Também tenho vontade de ir a esse médico a Coimbra ,só para ter uma opinião, no fundo todos temos essa vontade de procurar soluções.

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